sábado, 22 de novembro de 2008

Estranha-se, estranha-se, estranha-se muito... ou não se estranha nada



Cada vez que vemos o “Foguetão de Carnaxide”, e ele vê-se de muito sítio, estranha-se que sendo um edifício considerado de interesse histórico pela Junta de Freguesia e, podemos dizê-lo, a única marca identificadora de Carnaxide no meio do betão envolvente, possa vir a ser tapado por um projecto urbanístico (processo 150/2006) sem que tenha havido uma verdadeira discussão pública sobre esse facto.

Dizem-nos que vai ser levantado uns metros para poder continuar a cumprir a sua função de farol e pergunta-se: Como? Quem paga essa empreitada? Onde está o projecto desse levantamento?

Estranha-se que a discussão pública da urbanização 150/2006 se tivesse aberto na quase clandestinidade, em pleno mês de férias de 2007, estratagema usado pela Câmara Municipal de Oeiras noutras situações semelhantes, sem que este impacto - o levantamento do farol – tivesse sequer sido aceite pela entidade competente, a Direcção de Faróis. Sabe-se pelo menos dum caso documentado, dum morador que solicitou informação à CMO, que lhe foi sonegada a tempo de participar na discussão pública e estranha-se.

Estranha-se ainda que o projecto 150/2006 não seja referido em lugar nenhum, que nada esteja publicado pela Câmara e que tão pouco se saiba sobre ele, para além do que os moradores têm investigado.

Estranha-se também que, no curto período em que as obras ilegais avançaram, a comercialização no local de lotes para construção apresentasse um prospecto incipiente que não corresponde ao consagrado no projecto 150/2006, como que escondendo a dura realidade.

Na figura que mostramos, foi piedosamente escondida uma segunda fila de edifícios de 7 pisos, paralelos aos mostrados, entre estes e o “Foguetão”, envolvendo-o ainda mais.

Depois, olha-se para aquele terreno em volta e para a sua situação privilegiada e estranha-se que não se aproveite para uma zona de lazer, com amplo espaço verde em torno do “Foguetão”, e zona habitacional com índice de construção e volumetria que respeite a envolvente e não agrida a paisagem, que não seja uma nova Nova Carnaxide.

Finalmente, estranha-se muito que sendo o Presidente da CMO, Dr. Isaltino de Morais, tão pródigo em aparecer e ser fotografado, em inaugurar ou anunciar novas obras ou meras intenções das mesmas, não dê agora a cara e fuja a dar qualquer explicação.

Ou não se estranha nada.